Vinho Raro

Vinho raro...

Sou aquilo que sou, eu sou, sou eu.
Não adianta pedir pra fingir, não é meu...

 

A noite você me bebe e eu te invado,
No calor te refresco no frio te esquento, te embriago.
Vou tomando conta de você passo a passo,
Sem pressa, calmo e lento, lento e calmo....

Sou seu sorriso da noite, seu sol da madrugada,
Seu tudo neste momento, seu nada...

Sou a brisa do vento forte,
sou seu sul, sou seu norte,
Balanço, mas sou forte,
Envergo mais não quebro.

Sou madeira de dar em doido,
Sou racional, mas sou afoito.

Mostra-me quem é você e ai você vai saber quem sou,

Mas não adianta fingir, eu te desnudo,
Eu sou único, inigualável,
Sou tinto, gostoso, vinho raro.

Beba-me e se embriague,
Mas tenha gosto apurado,
Se você quer ficar com ressaca,
procure outra safra,
Especialmente se pra você,
que tanto faz o conteúdo,
o que importa é a capa,

Não me beba do nada, senão meu conteúdo corta como faca,
Não consigo ser boa bebida pra quem tem a mente fraca.

Mas no dia seguinte, mesmo assim você vai estar bem,
E depois que me beber, não vai querer me dividir com ninguém....
 

 

Porque sou aquilo que sou, eu sou eu, sou eu.
Se cuidar bem de mim, vai me querer sempre,
Porque você sabe quem sou,
Sou vinho raro, somente seu.