O que escreve o poeta é você que interpreta...

O que eu escrevo necessariamente não é o que sinto ou o que sou

Tenho ao meu lado a licença poética que fala e grita a meu favor

Nem sempre tudo é fruto do que passei e que vivi

É que eu enxergo o que vejo, o que falam e o que conheci...

Então quando eu falar de tristeza não pense que tô triste

Quando falar em desamor e em passado isso pra mim, nem sempre existe...

Veja a poesia sem associar somente a quem escreve,

Porque senão sua cabeça pode ficar confusa

E vira uma grande bola de neve,

Como diz Cazuza, “O poeta não morreu, foi ao inferno e voltou.

Conheceu os jardins do Éden e nos contou...”

O poeta está livre, não é escravo de escrever sobre sua vida,

pode ir ao inferno e ao Éden, se ferir e tocar em ferida,

De tudo que viu, de tudo que escutou....

A poesia é livre expressão do pensamento

Não é cativeiro da história de vida do poeta,

E sonho, é magica, é fantasia, é momento,

E não escreve somente autobiografia direta

Passado, do futuro, do presente, fique atento,

O poeta vê o mundo, escreve sobre tudo, é quase um profeta,

E não sua somente sua própria história, seria um pensamento miúdo...